domingo, 21 de maio de 2017

Aécio Neves vai ao STF contra suspensão do mandato






Afastado de seu mandato no Senado pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai recorrer da decisão para continuar exercendo suas funções parlamentares. Os advogados do tucano, Alberto Zacharias Toron e José Eduardo Alckmin, vão ingressar amanhã no STF com uma ação contra a determinação de Fachin.
“A decisão de Fachin que o afastou do mandato não tem qualquer base na Constituição, que prevê o afastamento apenas em caso de cassação do mandato. Não são possíveis comparações com o caso do senador Delcídio do Amaral, preso em flagrante por tentar embaraçar as investigações da Lava Jato, e do ex-deputado Eduardo Cunha, que usou a presidência da Câmara para fazer o mesmo”, afirma Toron.
A decisão de Fachin se deu em um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que, além do afastamento do mandato de senador, pediu também a prisão preventiva de Aécio, medida negada pelo ministro do Supremo.
O advogado do tucano ressalta que as outras medidas cautelares impostas pelo relator da Lava Jato na Corte, de que sejam entregues os passaportes do senador e ele não tenha contato com outros investigados, serão cumpridas.
Os pedidos de Janot foram feitos com base nas delações premiadas de executivos da JBS, incluindo seu dono, Joesley Batista, e o diretor de relações institucionais da empresa, Ricardo Saud. Em abril, Joesley gravou uma conversa com Aécio em que o tucano pediu 2 milhões de reais que supostamente seriam usados para pagar os honorários de Alberto Toron.
Em uma ação conjunta entre delatores e a Polícia Federal, foram filmadas três entregas de dinheiro a Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador encarregado por ele de coletar os valores em espécie.

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